Wellness: como a busca por equilíbrio financeiro e emocional pode mudar o mercado nos próximos anos?

O conceito de wellness vem ganhando espaço nas conversas sobre saúde, trabalho e qualidade de vida — e não por acaso. A ideia de bem-estar integral, que vai além da ausência de doenças, tem se mostrado cada vez mais necessária diante de um cenário global marcado pelo estresse crônico, pelo adoecimento mental e por uma nova relação com o trabalho e o consumo.

Mais do que uma tendência passageira, wellness é hoje um campo estratégico — e pode transformar profundamente o modo como empresas se estruturam, como os espaços são construídos e como as pessoas tomam decisões financeiras e profissionais.

O que é wellness?

O termo wellness engloba práticas e abordagens voltadas à promoção do bem-estar integral, considerando dimensões como saúde física, mental, emocional, social e financeira. A ideia central é a de que bem-estar não é apenas tratar doenças quando elas surgem, mas cultivar uma vida equilibrada, com mais presença, autonomia e propósito.

Isso inclui desde a forma como nos alimentamos, descansamos e nos relacionamos até a maneira como lidamos com o dinheiro e o futuro.

Um cenário alarmante

O crescimento da busca por bem-estar está diretamente ligado a um cenário de adoecimento mental cada vez mais evidente. De acordo com o Ministério da Saúde, 45% dos brasileiros relatam sintomas de ansiedade — com maior prevalência entre mulheres e jovens de 18 a 24 anos. O Brasil também lidera o ranking global de estresse, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), com 74% da população afetada.

Em 2024, o país registrou mais de 470 mil afastamentos do trabalho por ansiedade e depressão — o maior número dos últimos dez anos, com alta de 68% em relação a 2023.

Essa realidade tem múltiplas causas, como desigualdade socioeconômica, desemprego, insegurança, uso excessivo de tecnologia e a ausência de uma estrutura de suporte adequada. E exige respostas não apenas da área da saúde, mas também do mercado, do setor público e das organizações como um todo.

A resposta institucional: da legislação à arquitetura

A partir de maio, entrou em vigor no Brasil a atualização da NR-01 do Ministério do Trabalho, que torna obrigatória a identificação e o gerenciamento de riscos psicossociais nas empresas. Estresse ocupacional, sobrecarga de trabalho e fatores emocionais passam a ser responsabilidade formal das organizações — que devem atuar de forma preventiva e estruturada.

Essa mudança regulamentar já tem influenciado diretamente o mercado corporativo. Incorporadores de São Paulo, por exemplo, estão transformando seus projetos para que os edifícios não apenas atendam a critérios de sustentabilidade e tecnologia, mas também contribuam para o bem-estar físico e mental de quem os ocupa. Ambientes com mais luz natural, ventilação, biofilia e espaços de descompressão se tornam cada vez mais comuns — e necessários. O próprio escritório da Galapagos Capital já é um exemplo de como a arquitetura aliada ao bem-estar pode ser benéfica para todos os colaboradores. 

Um mercado bilionário — e em expansão

Segundo dados do Global Wellness Institute (GWI), o setor de wellness movimentou US$ 5,6 trilhões globalmente entre 2020 e 2022, com crescimento de 12% no período. No Brasil, o mercado alcançou aproximadamente US$ 96 bilhões, posicionando o país como o 12º maior no ranking mundial.

Os segmentos de maior destaque são os de cuidados pessoais e alimentação saudável, que juntos somam US$ 69,6 bilhões. Isso mostra que o bem-estar não é apenas uma preocupação individual, mas também uma potência econômica com forte impacto nos setores de saúde, arquitetura, recursos humanos, investimentos e tecnologia.

Por que prestar atenção nisso?

Para empresas, investidores e profissionais atentos ao futuro, compreender as transformações em torno do wellness é mais do que uma questão de imagem ou responsabilidade social. Trata-se de identificar uma mudança de mentalidade em curso: pessoas estão buscando não só produtos e serviços, mas estilos de vida mais sustentáveis — emocional e financeiramente.

Além disso, a intersecção entre bem-estar emocional e equilíbrio financeiro está cada vez mais evidente. Ansiedade, estresse e insegurança estão profundamente conectados à saúde financeira — e vice-versa. Estratégias de educação financeira, planejamento patrimonial e gestão emocional caminham juntas.

Organizações que integram essa visão ao seu posicionamento se tornam mais atrativas, mais preparadas para reter talentos e mais alinhadas aos valores de uma nova geração.

Um olhar estratégico para o futuro

Na Galapagos Capital, acreditamos que saúde financeira e bem-estar emocional são dois lados da mesma moeda. E por isso, buscamos oferecer não apenas assessoria patrimonial personalizada, mas também conteúdos e serviços que ajudem nossos clientes a viverem com mais equilíbrio, clareza e consciência.

Afinal, wellness não é luxo — é estratégia.

Por Rebeca Nevares, Sócia e CMO da Galapagos Capital.

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