Um novo instrumento financeiro para lidar com riscos catastróficos chamado LRS (Letra de Risco de Seguro), regulamentado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) neste ano, aguarda aval da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para autorizar as sociedades seguradoras de propósito específico (SSPE) interessadas em atuar no Brasil.
“A expectativa é que algumas sejam autorizadas em breve”, diz o diretor da Susep, Carlos Queiroz, sem revelar quais. Dois nomes, entretanto, são dados como certos: Andrina Seguros, ligada ao IRB (Re), e uma vinculada à companhia de investimentos Galapagos Capital.
O objetivo da LRS é remunerar o investidor por meio de retornos atrelados a fatores de risco de seguro, parametrizados e facilmente identificáveis, como enchentes, ventanias, granizo e catástrofes climáticas em uma região pré-definida. “As mudanças climáticas ocorridas no Brasil e no mundo podem tornar esse mercado cada vez mais atrativo para investidores. O mercado brasileiro tem grande potencial, principalmente para transferir riscos de seguros rurais, que dependem fortemente dos eventos climáticos”, acrescenta Queiroz.
Embora o tema seja novo no Brasil, no mundo, os “insurance-linked securities” (ILS), equivalentes às LRS brasileiras, acumularam um total de US$ 43,1 bilhões em títulos emitidos. O desafio para os investidores está no aumento da frequência e severidade de desastres naturais. Em 2023, ocorreram 142 catástrofes naturais, gerando perdas econômicas de US$ 280 bilhões, dos quais US$ 108 bilhões foram cobertos por seguros. Mesmo assim, nem os dois furacões, Helene e Milton, que recentemente espalharam destruição em cidades nos Estados Unidos, com perdas seguradas previstas em mais de US$ 50 bilhões, desanimam os investidores de riscos catastróficos.
A combinação de inovação, diversificação de riscos e regulamentação eficiente pode transformar esse mercado, contribuindo para a estabilidade e o crescimento econômico do país, afirma Roberto Takatsu, sócio do Galapagos Capital.
“A SSPE da Galapagos Capital busca se destacar no mercado de securitização de riscos de seguros, um setor emergente no Brasil”, diz ele. “A empresa aproveitará sua experiência na estruturação de dívidas e na distribuição de produtos financeiros, o que pode representar uma vantagem importante nesse novo campo”, completa.
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